Bom Jesus, amador das almas puras (José Albano)

IX

Bom Jesus, amador das almas puras,
Bom Jesus, amador das almas mansas,
De ti vêm as serenas esperanças,
De ti vêm as angélicas doçuras.

Em toda parte vejo que procuras
O pecador ingrato e não descansas,
Para lhe dar as bem-aventuranças
Que os espíritos gozam nas alturas.

A mim, pois, que de mágoa desatino
E, noute e dia, em lágrimas me banho,
Vem abrandar o meu cruel destino.

E, terminando este degredo estranho,
Tem compaixão de mim, Pastor Divino,
Que não falte uma ovelha ao teu rebanho!


ALBANO, José. Rimas, Edições Pongetti, Rio de Janeiro, 1948. (Pág. 243) Edição organizada, revista e prefaciada por Manuel Bandeira.


José Albano nasceu em Fortaleza no ano de 1882 e faleceu na Cidade do Montauban na França em 1923. Considerado o mais clássico dos poetas Brasileiros do Século XX; sua obra assemelha-se por completa com a obra de Camões. Autor do belo e tão famoso poema: Ode à Língua Portuguesa.

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