Entre Verdes (Lopes B.)

ENTRE VERDES

Flórea Vergôntea! Divindade humana,
Que no sólio das Dríades imperas,
E és de um país de sonhos e quimeras
Estrêla régia, amada Soberana;

Entra, grande esplendor de primaveras,
Nesta sem luz e humílima choupana:
Que ela se torne, ao receber-te ufana,
Em palácio encantado de outras eras...

Derrama o brilho e a glória de teu fausto
Pela minhalma, e, Viático da Graça,
Dá a vida e fôrças ao meu ser exausto;

Que no ermo a tua Boa Vinda estale
Dentre ladridos e halalis de caça,
Clangor de trompas acordando o vale!

LOPES, B. Poesias Completas de B. Lopes III, Livraria Editora Zelio Valverde S. A., Rio de Janeiro, 1945. (Págs. 81 e 82)

B. Lopes - Nasceu no Arraial da Boa esperança no Município de Rio Bonito, Província do Rio de Janeiro e faleceu na cidade do Rio de Janeiro. (1859 - 1916)

Um comentário:

  1. Obrigada .
    maravilhosa poesia .
    Vai se embora o poeta mas: Que para sempre manifesta é a glória desta festa .
    De deixar marcado para sempre o convite , de poder se deslumbrar da beleza que sempre existe.
    Dos verdes campos , DO Paíz de sonhos e quimeras, Do amor de uma choupana que vale mais que morar num palácio .
    Que embala o coração de um sonhador que ama sem limites do que mais belo que existe :AMOR SEM COBRANÇAS!!!
    Muito obrigado de irmã FATIMA.

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